quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O céu

A cor do céu vai mudando devagarzinho, e eu sorrio porque é bonito demais. E as coisas bonitas eu tenho gostado de apreciar com um carinho maior, não sei, sempre foi tudo assim? Quando vai anoitecer é sempre essa mudança bonita? Eu vou fechando os olhos aos poucos e o que antes eu via como céu, agora é seu rosto. 

Eu não sei o que você tem que faz o céu ficar bonito, que faz o meu escuro do fechar de olhos virar seus contornos que eu já conhecia tão bem, mas não percebia. O que é que você tem que me faz, como ninguém nunca fez, apreciar o beijo de uma forma que eu nem sabia que era possível. 

Então, eu abro os olhos e o céu perdeu todas as suas cores, assim, tão rápido. Tão rápido quanto o meu interesse por todas as outras pessoas que não eram você. E olhar para o céu com uma cor só, na sua escuridão infinita, me faz ter um pouco de medo, e fazia tempo que eu também não sentia isso. 

O medo parece sair das minhas entranhas e ir subindo lentamente, até que decide que o melhor lugar para se instalar é a minha garganta. Fica ali, me sufocando, quando eu começo a pensar em todos os motivos pelos quais eu não devia estar com você. A lista é tão grande que eu decido nem enumerar os itens e começo a sorrir um sorriso largo e com vontade, desses que eu nem lembrava mais como era, porque já fazia tanto tempo que nada me comovia, que até esse aperto na garganta que eu não sei por quanto tempo posso suportar, é motivo de alegria. Na escuridão que tanto me assusta, existem vários pontinhos que brilham, e isso não significa nada. E ainda assim, eu continuo feliz. 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Memorial de um Áries



               Eu acordo comumente depois das nove. Antes disso, pode-se considerar que estou de pé e de olhos abertos. Quando o despertador toca, eu fico louco para desliga-lo e, em um mundo totalmente envolto de tecnologia de informação, passo 20 minutos checando redes sociais e mensagens, antes de me colocar em pé. Outro detalhe: coloco meu despertador 30 min antes do meu compromisso matutino. Conclui-se que, subtraindo 20 min, eu estou sempre atrasado.               

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Sobre voltar

Eu nunca sei o lugar do meu '' voltar pra casa ''. Se estou aqui, quero ficar aqui e se estou lá, gosto de lá. ''Os diachos são a hora de sair''. É assim toda vez. Tem coisa boa nos dois lugares, tem gente amada em todo canto e tanto faz o lugar pra eu me sentir feliz e acolhida.
Aqui as coisas são mais fáceis, tem mãe, pai, irmão, primos, madrinha, padrinho, avó e tia que dá pra ver andando menos de cinco minutos. Tem café da manhã sempre a mesa quando eu acordo, e não tem o horário de acordar. Aqui tem um monte de lembrança boa que faz encher os olhos, um tanto de lugar que arranca sorrisos de recordação, é fácil ir pra qualquer lugar, é barato sair e dá pra sentar em qualquer canto e ficar proseando um tempão. 

Lá tem um monte de experiência nova, uma liberdade diferente, uma responsabilidade que faz a gente se sentir importante, um tanto de coisa acontecendo, um agito diferente, uma descoberta quase que por semana. Tem amizade nova, sabor novo, visão nova. Tem as coisas feitas do nosso jeito, tem as chances de risco e acerto todo dia e tem um frio na barriga muito mais constante. 

Ainda não sei escolher qual o meu lugar preferido, e acho que não preciso. Não sei dizer onde é a minha casa de verdade, e acho que isso não importa. Sei do gostinho de sair e chegar em cada lugar e sei bem de mim nas minhas duas casas. Falam que casa é onde o nosso coração está, e ainda bem que eu consegui multiplicar o meu. 

terça-feira, 23 de junho de 2015

Reciclagem

Talvez eu tenha deixado para dizer tudo isso à você tarde demais. Talvez eu tenha deixado os ponteiros do relógio girarem muito mais do que deviam, e as folhinhas do calendário foram para o lixo, sem que eu tomasse atitude alguma. Entenda que a influência externa é muito forte, tanto dos meus amigos, como da minha família, e até mesmo daquele livro que eu te indiquei.
           De certa forma, depois de ter vivido nossa tragédia particular, procurei argumentos anti-você na maioria das coisas. Penei muito, porque pensei que havia conseguido, depois de fazer com que minha rotina te odiasse. Mas estava errado, porque havia esquecido dos detalhes.

                Eu costumava ser detalhista em nossos aniversários de namoro. Te observava dia a dia, tentava descobrir quem era você naquele dia e o que queria ganhar naquele mês. Os chocolates eram porque eu não tinha dinheiro, mas você os amava. Sentávamos no chão do quarto e comíamos um a um. E eu havia me esquecido de lembrar que comer chocolate no chão do quarto era uma coisa não só sua, mas nossa. E não somos nós há algum tempo.

domingo, 31 de maio de 2015

Saudade

                Ao ler um manual de medicina psiquiátrica, pude ter conhecimento de que tudo envolvido a mente pode ser considerado químico. Aquele esquizofrênico da novela era daquele jeito porque algumas sinapses em seus neurônios vinham com mais ou menos do que deviam. Mas, como uma sensação de dor no coração, ao lembrar de um passado distante, pode ser apenas um conjunto de substancias químicas em falta ou em excesso?
                A minha saudade, eu sei, sinto, que não é só química. Pode ser que as lembranças pelas quais eu sinta essa dorzinha sejam resultado de uma série de bombas de potássio, entrando e saindo das minhas redes de neurônios para realizar a sinapse das lembranças, mas as sensações que isso me traz não são.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Sobre doação de sangue

Há aproximadamente 1 mês, tive a oportunidade de me tornar um doador de sangue.
E vou contar aqui a minha experiência e deixar as informações caso vocês queiram doar também.

Doei aqui na minha cidade mesmo, foi tudo muito tranquilo e seguro.

O primeiro passo é você querer, não adianta você ir lá, passar por todas as etapas se não estiver realmente disposto a isso. Você pode desistir a qualquer momento, porém, aqui na minha cidade só são recolhidas 60 bolsas por dia de doação e quando você deixa de doar (seja por qualquer motivo) e não tem outra pessoa pra entrar no seu lugar, eles perdem aquela bolsa.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Envelhecer

"Nossa mas já?", certamente foi o que eu mais ouvi depois que eu respondia a quem me perguntava quantos anos eu estava fazendo. "Mas não parece!", também não fica atrás.

Não sei é assim com vocês, mas é estranho pensar que eu já tenho 20 anos, eu me imaginava muito diferente, morando longe, fazendo outra faculdade e com outros planos pro meu futuro...


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