A cor do céu vai mudando devagarzinho, e eu sorrio porque é bonito demais. E as coisas bonitas eu tenho gostado de apreciar com um carinho maior, não sei, sempre foi tudo assim? Quando vai anoitecer é sempre essa mudança bonita? Eu vou fechando os olhos aos poucos e o que antes eu via como céu, agora é seu rosto.
Eu não sei o que você tem que faz o céu ficar bonito, que faz o meu escuro do fechar de olhos virar seus contornos que eu já conhecia tão bem, mas não percebia. O que é que você tem que me faz, como ninguém nunca fez, apreciar o beijo de uma forma que eu nem sabia que era possível.
Então, eu abro os olhos e o céu perdeu todas as suas cores, assim, tão rápido. Tão rápido quanto o meu interesse por todas as outras pessoas que não eram você. E olhar para o céu com uma cor só, na sua escuridão infinita, me faz ter um pouco de medo, e fazia tempo que eu também não sentia isso.
O medo parece sair das minhas entranhas e ir subindo lentamente, até que decide que o melhor lugar para se instalar é a minha garganta. Fica ali, me sufocando, quando eu começo a pensar em todos os motivos pelos quais eu não devia estar com você. A lista é tão grande que eu decido nem enumerar os itens e começo a sorrir um sorriso largo e com vontade, desses que eu nem lembrava mais como era, porque já fazia tanto tempo que nada me comovia, que até esse aperto na garganta que eu não sei por quanto tempo posso suportar, é motivo de alegria. Na escuridão que tanto me assusta, existem vários pontinhos que brilham, e isso não significa nada. E ainda assim, eu continuo feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário