Dia desses cheguei em casa bem brava porque alguém, que eu não lembro quem, tinha dito alguma coisa, que eu não lembro o quê, dentro do ônibus e eu tinha ficado bem brava com o comentário. Contei sobre isso para minha prima que mora comigo e gastamos quase uma hora lembrando de vezes que escutamos ou vemos coisas com as quais não concordamos e seguimos em frente, ainda que indignadas. Então eu parei pra pensar nisso e decidi ali - exausta por causa do dia corrido, mas ainda mais dessas atitudes - que do momento em diante eu não me calaria diante do que quer que fosse.
Não me entenda mal, eu não sou dessas pessoas acomodadas que nunca discutem e nem falam nada do que acham ruim. Eu falo, as vezes até demais, discuto assuntos que alguns dizem que nem se discute. Sim, eu falo de política, futebol e religião. Mas algumas vezes eu escuto alguém fazendo um comentário racista, machista ou homofóbico e fico calada ou vejo alguém passando uma informação errada e fico quieta. Aí eu te pergunto: Ouvir alguém propagando ódio contra uma raça, gênero ou orientação sexual e ficar quieta no canto é deixar que a pessoa tenha o seu direito de expressar? Ou ser cúmplice de uma ignorância? Deixar que diminuam as pessoas só porque outros têm direito de pensar assim não é compactuar com a injustiça e os prés-julgamentos?
Eu não sei se a conclusão que eu cheguei é a certa, mas é a que eu vou seguir. Não vou mais deixar que as pessoas sejam cruéis na minha frente, até porque muitas vezes só estão repetindo aquilo que alguém falou e nem pensam de verdade no que é que está sendo dito, então eu estaria mudando o mundo aos poucos, não? E no caso da pessoa já ter pensado muito sobre o assunto e ter suas próprias conclusões, eu não tenho a pretensão de mudá-la, só de alertar que existem opiniões sólidas diferentes. Me parece justo. Pelo menos vou chegar em casa com a sensação de que fiz a minha parte seguindo aquilo que acredito.



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