terça-feira, 5 de maio de 2015

O que aconteceu quando não me calei

Falei sobre não me calar diante das situações que eu achasse que podia mudar alguma coisa e venho compartilhar com vocês que: Valeu a pena. 

Entrei no elevador dia desses e tinha um aviso do síndico avisando que ia dobrar o valor do condomínio. Simples assim, o dobro de dinheiro gasto pra pagar as contas de um prédio que não tem espaço de área comum, não tem piscina, tem apenas 4 funcionários e que não vejo nada de diferente acontecendo nunca desde que mudei pra lá (o que já faz um ano). O aviso vinha acompanhado de quatro motivos para justificar o aumento: Inadimplência, aumento das obrigações sociais, aumento do vale alimentação dos funcionários e cumprimento de férias dos mesmos. 

Eu simplesmente não entendi o primeiro e o segundo e os dois últimos não justificavam tamanho aumento já que o prédio tem 13 andares, com 4 apartamento por andar. O dobro de dinheiro era pra além da conta necessária pra aumentar o vale alimentação dos funcionários (que foi o único ponto que concordei) e pagamento de férias devia ser algo já incluso no primeiro valor. No final da página, junto a assinatura, o síndico se colocava a disposição para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o aumento e eu decidi que ia sim atrás dele porque as minhas dúvidas eram muitas. 

Eis que começa a minha jornada do momento em que decidi não ser mais passiva. Perguntei ao porteiro quando eu encontrava o síndico em casa e a resposta foi '' Olha, ou uma ou seis da tarde '', ambos os horários são péssimos pra mim porque sempre estou ocupada, então decidi pedir um número de contato e sou aconselhada por uma outra moradora do prédio que escutou a conversa '' Olha, nem perde seu tempo. Quando tive um problema pra resolver com ele, nunca fui atendida e ele nunca podia me receber em nenhum horário para discutirmos o assunto '' e ainda entrou na conversa um ex porteiro do prédio que estava lá de visita '' Agora que eu não trabalho mais aqui eu posso falar, vocês não podem aceitar esse aumento de forma alguma. Ele nem fez uma reunião antes para discutir isso e eu acho que o dinheiro que ele tá querendo é pra pagar uma multa que o prédio recebeu. ''. A cada comentário de cada pessoa eu só ia ficando mais indignada. Como alguém se candidatava a síndico sem ter disponibilidade em horário comercial? E se recusava a atender telefonemas? E mentia sobre o real motivo sobre a necessidade de dinheiro?

Já que eu tinha sido calada pela força das circunstâncias, decidi agir. Descobri que no livro de reclamações estava repleto de pessoas contrárias ao aumento e então reuni toda a minha petulância para ir contra a decisão de alguém, coisa que eu jamais havia feito. Escrevi um recado, a ser anexado no mural do hall do prédio, convocando todos os moradores insatisfeitos para uma reunião sobre o assunto. Precisei viajar mas deixei meu número de contato para que nos organizássemos. Até a hora da publicação desse post eu ainda não recebi ligações e nem consegui marcar a reunião, mas descobri que alguns vizinhos colocaram recados de apoio na porta do meu aparamento. E quero dizer que valeu a pena não me calar e nem ficar acomodada com a situação. Já recebi apoio de pessoas que eu nem conhecia e estou me sentindo bastante confortável com as minhas atitudes, o que nunca acontecia quando eu me calava. 

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